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O ser humano seja ele quem for é sempre um mistério a parte, embora a colocação seja poética e inspirada nem por isso me faz querer conhecer todos os seres humanos, fico elegante na colocação sábia de Paulo Francis “...não vi, e não gostei..”, as pessoas pensam sorridentemente que falo isso de brincadeira mas minha ironia ganha ares refinados, mas na verdade penso que muito poucas pessoas valem a pena conhecer, mesmo com todo seu “mistério”, sua historia de vida etc...
Eu sempre penso em um imenso aquário, você já observou um aquário? O que você espera que o seu peixinho dourado faça? Que ele cante La Traviata toda? Claro que não, então nós que estamos no aquário de fora funcionamos quase que exatamente, a diferença é que alguns pensam, alguns sentem, alguns... em um mundo repleto de previsibilidade em se tratando de seres humanos ou peixinhos dourados...o melhor a colocar ainda é que todo homem que se preza precisa ter um aquário?É mais divertido pelo menos,bem eu não tenho, alias não gosto de ter nada preso a mim ou perto de mim...devaneios, devaneios.
Rubens sempre fora um desportista, estava com aproximadamente 26 anos no auge,e feliz coma vida que levava, tinha algumas namoradas, um rapaz forte e bonito fisicamente, alto, cabelos negros como a noite, os olhos em um tom de castanho claro quase mel, um o sorriso fácil e estava feliz com a vida que sempre teve,muitos e muitos amigos,ele tinha uma boa condição de vida, daquelas que transforma quase todos os dias em uma festa eterna, uma vida de festa constante?
Mas você já reparou que a vida nunca estende muito tais momentos? A vida intercambia entre uma felicidade e uma dor, como se a dinâmica da existência fosse isso, ou então para deleite de Alguém que faz questão de nos ver saltando em uma frigideira quente? Então em uma manhã destas de novembro com a chegada da primavera, Rubens acorda com uma forte dor nas pernas e sem poder mexe-las, algo totalmente inesperado,é acudido pelos pais que o levam ao hospital,onde algumas horas, e dias depois se constata uma doença degenerativa rara e hereditária que lhe paralisava os membros inferiores, uma destas doenças que a ciência não tem cura infelizmente.
Um novo capitulo começara na vida de Rubens,teria que reaprender a viver com muitas coisas, e sobretudo aceitar, o mais difícil aceitar, é claro que os “amigos” todos desapareceram, a vida de festa se converteu agora em drama radical e sem anestesia, difícil, mas Rubens não aceitava nada, sua revolta tomava ares de ironia e por assim dizer embora doloroso era um bizarro e algo divertido pelo que seguia!
Ele brigava consigo mesmo, não aceitava sua condição de forma alguma, dizia que iria se levantar para pegar tal coisa na estante, e claro caia na hora, e dizia, calma..calma...eu tropecei, mas eu pego lá, e novamente caia. Ele começou a usar cadeira de rodas, mas dizia a todos que era por preguiça de se levantar, afinal era mais fácil ir “rodando”,não preciso dizer que os pais de Rubens ficaram muito preocupados duplamente, agora com novo e estranho comportamento de Rubens, ele foi levado a vários analistas e psicanalistas, mas ele simplesmente não aceitava nada do que era dito,e ao contrario mais se convencia que era normal que tava tudo bem e normal, e que iria se levantar para puxar ferros, nadar, correr etc, pois afinal uma festa que teria ir a noite etc...
Um mundo a parte, um aquário a parte!
Ele não queria que ninguém o empurrasse na cadeira de rodas, ficava muito irritado com isso, olhava furioso para quem encostasse na cadeira e dizia: Nãaaaoooooo toque na cadeira!!Eu sou normalllllll, estou aqui porque quero!! A pessoa claro se afastava na hora. Por vezes e muitas vezes ele caia no chão, por não querer usar os equipamentos de segurança da cadeira e não queria que ninguém o ajudasse nunca, ele olhava furioso e dizia: Nãoooooooo, isso é meu exercício, meu corpo é perfeito e não preciso de ajuda de ninguém!!!E geralmente tornava a cair varias vezes enquanto xingava!
Rubens surtava a passos largos.
Quanto tinha que ir ao banheiro era mais um drama, ele dizia: eu vou sozinhooooooo, não preciso de ajuda de ninguém para mijar!!! Mas claro que não era verdade, por muitas vezes saia do banheiro mais ou menos mijado com um olhar indiferente como se tudo tivesse sido perfeito.
O caso de Rubens não tinha solução, os terapeutas diziam que ele fazia uma fuga e era de um temperamento teimoso, mas que com o tempo ele iria aceitar, com o tempo? Erraram os psicanalistas infelizmente, sua vida foi pautada pela não aceitação, ele comportava-se sentado na cadeira de rodas como se estivesse em pé, e insistia em ser educado em prestar favores que não podia tecnicamente, como pegar coisas em instantes altas ou que era preciso ficar em pé, isso era sempre, então caia no chão novamente, e novamente e novamente, dizia: Calma..calma..eu tropecei!! Opa !!Já levanto!! Este chão esta com algum problema??
Com o tempo ninguém mais lamentava isso,e todos por assim dizer achavam engraçado, bizarro mas engraçado, diziam coisas como: Rubens você poderia pegar a minha jaqueta lá em cima da escada? Ao que Rubens ia mesmo, se arrastando escada a fora e dizendo: Eu já chego lá, eu estou legal, eu tropecei aqui...mas eu to indo. E subia como uma lesma se arrastando, por vezes subia 4 degraus e cai dois e seguia falando sempre, to indo...to chegando!!
Rubens jamais se libertou do cárcere que criou para ele mesmo, uma revolta muda gritava em seus gestos, quantos gritos sem eco, quanto silencio em meio ao barulho quanta força sem sentindo!
O nosso peixinho dourado nunca mais tornou a nadar, mas olhava como querendo ver para fora do aquário ,se alguém o via?
Tem alguém nos vendo?
Tem alguém aí?
Por favor tem alguém aí? Você esta aí?
Paz e luz em teu caminho.
Fabiano.
O ser humano seja ele quem for é sempre um mistério a parte, embora a colocação seja poética e inspirada nem por isso me faz querer conhecer todos os seres humanos, fico elegante na colocação sábia de Paulo Francis “...não vi, e não gostei..”, as pessoas pensam sorridentemente que falo isso de brincadeira mas minha ironia ganha ares refinados, mas na verdade penso que muito poucas pessoas valem a pena conhecer, mesmo com todo seu “mistério”, sua historia de vida etc...
Eu sempre penso em um imenso aquário, você já observou um aquário? O que você espera que o seu peixinho dourado faça? Que ele cante La Traviata toda? Claro que não, então nós que estamos no aquário de fora funcionamos quase que exatamente, a diferença é que alguns pensam, alguns sentem, alguns... em um mundo repleto de previsibilidade em se tratando de seres humanos ou peixinhos dourados...o melhor a colocar ainda é que todo homem que se preza precisa ter um aquário?É mais divertido pelo menos,bem eu não tenho, alias não gosto de ter nada preso a mim ou perto de mim...devaneios, devaneios.
Rubens sempre fora um desportista, estava com aproximadamente 26 anos no auge,e feliz coma vida que levava, tinha algumas namoradas, um rapaz forte e bonito fisicamente, alto, cabelos negros como a noite, os olhos em um tom de castanho claro quase mel, um o sorriso fácil e estava feliz com a vida que sempre teve,muitos e muitos amigos,ele tinha uma boa condição de vida, daquelas que transforma quase todos os dias em uma festa eterna, uma vida de festa constante?
Mas você já reparou que a vida nunca estende muito tais momentos? A vida intercambia entre uma felicidade e uma dor, como se a dinâmica da existência fosse isso, ou então para deleite de Alguém que faz questão de nos ver saltando em uma frigideira quente? Então em uma manhã destas de novembro com a chegada da primavera, Rubens acorda com uma forte dor nas pernas e sem poder mexe-las, algo totalmente inesperado,é acudido pelos pais que o levam ao hospital,onde algumas horas, e dias depois se constata uma doença degenerativa rara e hereditária que lhe paralisava os membros inferiores, uma destas doenças que a ciência não tem cura infelizmente.
Um novo capitulo começara na vida de Rubens,teria que reaprender a viver com muitas coisas, e sobretudo aceitar, o mais difícil aceitar, é claro que os “amigos” todos desapareceram, a vida de festa se converteu agora em drama radical e sem anestesia, difícil, mas Rubens não aceitava nada, sua revolta tomava ares de ironia e por assim dizer embora doloroso era um bizarro e algo divertido pelo que seguia!
Ele brigava consigo mesmo, não aceitava sua condição de forma alguma, dizia que iria se levantar para pegar tal coisa na estante, e claro caia na hora, e dizia, calma..calma...eu tropecei, mas eu pego lá, e novamente caia. Ele começou a usar cadeira de rodas, mas dizia a todos que era por preguiça de se levantar, afinal era mais fácil ir “rodando”,não preciso dizer que os pais de Rubens ficaram muito preocupados duplamente, agora com novo e estranho comportamento de Rubens, ele foi levado a vários analistas e psicanalistas, mas ele simplesmente não aceitava nada do que era dito,e ao contrario mais se convencia que era normal que tava tudo bem e normal, e que iria se levantar para puxar ferros, nadar, correr etc, pois afinal uma festa que teria ir a noite etc...
Um mundo a parte, um aquário a parte!
Ele não queria que ninguém o empurrasse na cadeira de rodas, ficava muito irritado com isso, olhava furioso para quem encostasse na cadeira e dizia: Nãaaaoooooo toque na cadeira!!Eu sou normalllllll, estou aqui porque quero!! A pessoa claro se afastava na hora. Por vezes e muitas vezes ele caia no chão, por não querer usar os equipamentos de segurança da cadeira e não queria que ninguém o ajudasse nunca, ele olhava furioso e dizia: Nãoooooooo, isso é meu exercício, meu corpo é perfeito e não preciso de ajuda de ninguém!!!E geralmente tornava a cair varias vezes enquanto xingava!
Rubens surtava a passos largos.
Quanto tinha que ir ao banheiro era mais um drama, ele dizia: eu vou sozinhooooooo, não preciso de ajuda de ninguém para mijar!!! Mas claro que não era verdade, por muitas vezes saia do banheiro mais ou menos mijado com um olhar indiferente como se tudo tivesse sido perfeito.
O caso de Rubens não tinha solução, os terapeutas diziam que ele fazia uma fuga e era de um temperamento teimoso, mas que com o tempo ele iria aceitar, com o tempo? Erraram os psicanalistas infelizmente, sua vida foi pautada pela não aceitação, ele comportava-se sentado na cadeira de rodas como se estivesse em pé, e insistia em ser educado em prestar favores que não podia tecnicamente, como pegar coisas em instantes altas ou que era preciso ficar em pé, isso era sempre, então caia no chão novamente, e novamente e novamente, dizia: Calma..calma..eu tropecei!! Opa !!Já levanto!! Este chão esta com algum problema??
Com o tempo ninguém mais lamentava isso,e todos por assim dizer achavam engraçado, bizarro mas engraçado, diziam coisas como: Rubens você poderia pegar a minha jaqueta lá em cima da escada? Ao que Rubens ia mesmo, se arrastando escada a fora e dizendo: Eu já chego lá, eu estou legal, eu tropecei aqui...mas eu to indo. E subia como uma lesma se arrastando, por vezes subia 4 degraus e cai dois e seguia falando sempre, to indo...to chegando!!
Rubens jamais se libertou do cárcere que criou para ele mesmo, uma revolta muda gritava em seus gestos, quantos gritos sem eco, quanto silencio em meio ao barulho quanta força sem sentindo!
O nosso peixinho dourado nunca mais tornou a nadar, mas olhava como querendo ver para fora do aquário ,se alguém o via?
Tem alguém nos vendo?
Tem alguém aí?
Por favor tem alguém aí? Você esta aí?
Paz e luz em teu caminho.
Fabiano.
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