Peneira de dignidades
Amiúde tenho tido oportunidade vislumbrar julgamentos e sentenças letais ou letalizantes daquilo cuja a aparência é suja, para o ente humano de raso entendimento tudo é mais ou menos sujo,sua obscuridade projeta sombra a aquilo que não entende muito bem, e todo e qualquer julgamento sempre deriva destas sombras que com prazer assim procedem por total falta de alternativas da luz, literalmente colocados no corner do ringue, semi-nocauteados.Por outro lado uma mente mais sutil,mais intelectualmente preparada,não esbarra nas barreiras de falta de luz,talvez nos crivos inflexíveis da moralidade, o que não deixa de ser uma ignorância rindo e bestialmente, mas sabendo por que ri! Longe de ser advogado das imundícies humanas que de fato algumas existem como é normal,se a beleza existe com toda razão a bizarrice esta em oculto observando-nos sorrateira e aguardando.
No entanto ser digno ou indigno não é questão de atos, o ato as vezes desmente aquilo que é verdade em si, por vezes meras e necessárias condições externas, uma espécie de fantoche de atitudes difusas e imundas, o corpo desmente quase tudo e as emoções verdadeiras gritam em teu peito.
O ser humano é um mar revolto de emoções e todas estão muito próximas quase amalgamadas, juntas, então imoralidade é cristã junto com a culpa, mas tudo é redimível a alma pode ser absolvida quando sua manifestação for o espelho profundo de si mesmo. A impureza não está no ato amigos, mas em si, em seu cerne, fonte de toda maldade e todos os sórdidos sentimentos que adulteram mesmo os melhores atos de beleza.
Por que mesmo os nossos melhores atos podem ser interpretados erroneamente, negativamente? Por que a aparência dita as nossas ações, não vamos muito longe, as historias sempre se repetem, vi padres que embora rezassem excelentes e inspiradas missas mas em sua vida “real” viviam na sordidez profunda, com vícios de toda sorte,atos de libidinosos, será que uma coisa invalida outra? Conheci espíritas conscientes que eram boas pessoas no centro espírita, mas no lar se tornavam obscuros, reclusos e muitas vezes ásperos, excelentes palestrantes é certo, que emocionavam as pessoas, inteligentes mesmo, mas uma coisa invalida a outra? Um estuprador profissional, mas que tem uma família que ele ama muito e tem muito respeito, carinho, que ama sua mãe e pai, irmãos e filhos? O que prevalece, o crime ou sentimento nobre? Será que não somos meio assim? A mãe prostituta que vende o corpo mas jamais a alma, em função de tentar manter a dignidade de sua família com víveres básicos,me soa mais nobre que mães de família ou pais de família que embora tendo tudo traem por mero desejo primeiro a si,depois e seus companheiros(as), mas por outro lado toda traição soa como uma justificativa quando existe no seio do lar desamor profundo,desrespeito e mesmo animosidade.Você julgaria com que balança isto?
A dignidade reside na fonte de nossos sentimentos e não no resultado final de um ato, por vezes quando sou bom as vezes soa mal, por outras vezes quando sou mal, soa como uma bondade plena sublime, onde reside a sujeira? Ou sublimidade?
Como disse não sou advogado, com toda certeza vos digo que antes de pensar em julgar a qualquer coisa na vida, devemos olhar-nos profundamente no espelho, e tenha certeza encontrarás impurezas em você,eu estou vendo daqui umas poeirinhas...
Aos dignos, aos indignos e os que são uma ponte entre uma coisa e outra!
Fraternalmente
Luís Fabiano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário