A noite fria caia ,e os poucos transeuntes que se aventuravam ao passeio noturno cheios de coragem encolhidos nada percebiam a não ser o minuano congelante, foi neste dia Celestino se aborrecera com a vida e com a morte, era sexta-feira 7 do mês de Agosto, o mês do cão. Naquele dia nada, absolutamente nada havia dado certo, o dia iniciara-se com pesadelos e transcorrera como uma montanha russa de navalhas, nada a fazer afinal, existem dias que são assim, os deuses se revoltam e resolvem jogar dados com nosso destino. Andando pela rua notou a hora, estava próximo a meia-noite o dia terminaria enfim, mas estava só, absolutamente só, sentou-se na beira da calçada, cabisbaixo deixo-se largar das fadigas do corpo e da alma, em seus pensamentos recapitulara o dia tentando salva-lo e salvar-se, achar o que de bom talvez tivesse ocorrido, e lembrou, há sim, um sorriso, de Maria Clara, aquilo agora iluminou seu apagado coração, nossa isto salvou o dia, transportado fechou os olhos, e se viu adolescente, sua mãe, seu pai, amigos, e conversava com Maria Clara, ela sempre fora de um coração gentil, todos conhecemos pessoas raras assim, ela emanava felicidade e paz, mas especialmente para Celestino afinal seu coração batia mais forte a sua presença...namoravam então, ela sempre tinha aquele sorrio cativante, é mas o namoro não dera certo, problemas no paraíso, afinal Celestino a amava, mas não sabia amar, amor que liberta a alma e prende corações, seu amor era sufocante, exigências demais,cobranças demais, acidez e ele perdeu-se, assim foi apagando-se o sorriso lindo de Maria Clara...até que...bem...
Ele nunca mais a vira, já haviam se passado 16 anos, puxa o quanto havia errado com ela?Arrependera-se. Se a vida andasse para trás!? São tantas as vezes que aprisionamos o tempo em nossa mente e coração, refletindo o passado com dó, e ansiando pelo futuro com medo, mas a vida é sabia.
Seu corpo tremia de frio, abriu os olhos lentamente, alguém o olhava a uma certa distancia, com bruma da noite ele não identificara quem era, mas desconfiado e com medo afinal tudo havia dado errado, que mais poderia acontecer? Certamente era assalto. Levantou-se devagar querendo correr, e foi caminhando na direção contrária, e afastando-se, então uma voz bem conhecida o chamara pelo nome, Celestino!? Maria Clara? Sim ela era ela, o sorriso saíra de sua mente que cogitava e agora visitava a sua realidade, ele sorriu, iluminou-se, sorte afinal.
Saber pensar é trabalhar na semeadura da vida, pois a vida se encarrega de fazer brotar as flores de nosso caminho, ou os espinhos de nossos descaminhos.
Fabiano.
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