Amor
também pode ser profano,
sujo,
vadio.
Amor
também é putaria,
é selvageria
de quem quer matar
o seu desejo
dentro do outro.
É pressionar contra a parede,
jogar na cama,
foder no chão.
É gozar, sim,
na boca,
nos seios,
no rabo,
na alma.
É se libertar
de todas as amarras sociais
pelas quais
nos encontramos
tão presos.
Amor
não é apenas o bonitinho,
o fofo,
o romântico.
Amor é livre.
Amor
só não pode ser
de mentira,
porque o amor
é verdadeiro
e os melhores amantes
são sempre aqueles
que já se encontram exaustos
do jogo.
Arthur Diogo | Realismo poético