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quarta-feira, dezembro 26, 2012




Navalhadas Curtas: Padaria

Entro na padaria, aguardo no balcão, enquanto o casal, possíveis donos discutem:

-Getúlio... Já disse que isso vai ficar caro demais...
-Tu não sabes nada... Tu pra negocio é uma bosta...

Penso: Eu sou uma estatua talvez da praça coronel...ninguém me percebe...vou dar mais trinta segundos...

-Olha como tu falas comigo... Porque estamos abertos ainda, por causa do meu dinheiro...
-Vais me jogar na cara agora? Bem que a mamãe disse que tu eras esse tipo... bah...
-Tipo? Que tipo hein? Diz...

A coisa estava ficando feia... Deveria ir, mas que merda, tantas padarias em Pelotas e entrei numa... Fria...

-Olha Maria deixa pra lá... Porque isso não vai terminar bem...
-Nada disso agora Getúlio... Começou vai terminar... Comigo é assim...

Subitamente eles olham para trás, ao mesmo tempo, e lá estou eu... Cara de paisagem, queria apenas pão francês... Mas a vida é oportunidade vocês sabem... então aproveitei:

-Bom dia... Meu nome Carlos Estilér Anton, muito prazer, sou advogado de direito de família... Muito prazer...

Eles ficam me olhando... Como quem diz: e aí? Eu sorri... e segui:

-Por favor, vocês poderiam me dar cinco pães?

A mulher me atende... Esta desconfiada.

-Deu 1,65 –ela diz
-ok

Antes de sair eu digo:

-Se precisarem dos meus serviços... Estou as ordens...

Fui embora, e pude ouvir a mulher dizendo pra Getúlio:

-Foi tudo que mandou este cara aqui, não foi??


Luís Fabiano.


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