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domingo, setembro 16, 2012




Navalhadas Curtas: Afrontando o broxa

Puta que pariu. Ela saiu porta a fora aos berros. A poesia do terror nas dobras da fúria. Ela vestia uma camiseta e calcinha. Fazia alegria visual da vila, uma plateia faminta que lambia os beiços com a visão assim.

Eu achava tudo muito engraçado. O estopim de tal fúria, foi o vizinho do lado, um tipo nojento, e dentes cariados e com um sovaco capaz de asfixiar os anjos e demônios.

Ele havia dito alguma ofensa pra sua filha e chamara de vagabunda! Foi o que bastou. Levantou do sofá com sangue nos olhos, em direção ao vizinho encarando de frente, espécie de Lampião de buceta:

-Que é!! Tais pensando o que corno! Tua mulé fode com metade da vila... Seu broxa... tais dando uma de machão com uma criança!! Ta vendo aqui ( erguendo a camiseta e batendo na xoxota) essa aqui funciona... Viu... Tais pensando o que! A minha funciona mesmo e essa tua pica broxa e suja, só serve pra que? Pra mijar hein... (era de uma elegância suprema...)

Como se tivesse sido navalhado seu ego, o cara baixou a cabeça e não disse absolutamente nada, entrando para dentro de casa cabisbaixo como um pênis murcho que volta para dentro do zíper.

Como um palhaço do desencanto, eu ria as gargalhadas... Os vizinhos também. Gosto de pequenos shows.
A covardia é muda e encolhida quando exposta em ferida. Cala mas pode ter volta. Quando ela voltou aos meus braços estava macia, doce e cheirava a suor. Gostei do show, de certa forma nos excitamos mais ainda, e tudo foi bom.


Luís Fabiano.


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