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terça-feira, abril 10, 2012




Gritantes olhares


Dizem que os olhos
São os espelhos da alma...
Bem...
O olho do cu creio que pensa a mesma coisa...
Aprendi a passar batido por alguns olhares
Como a atenção que bate asas sobre o oceano
Não há onde aterrissar...
Expectativa fúnebre e tensão num jogo mórbido consigo mesmo
Conseguirei?

Ontem vi nos olhos de meus parentes...
Como um hímen complacente de agonia...
Olhavam para mim... como quem olham um cara que chega em terceiro lugar
Uma espécie de ninguém... aplaudido entre sorrisos amarelos
O terceiro dos merdas...
Sorri, como sorriem os idiotas felizes...
Apenas os idiotas são felizes...

No fundo eu os compreendo
Eles têm motivo para isso...
Suas vidas perfeitas entoam alguma beleza...
Embora nada seja como seja...de perto
Como golpes absorvidos por um boxer
Eu sorrio...
Eu um rato podre de olhar envidraçado
O derrotado eterno de muletas fraturadas
Cachorro atropelado na esquina...
Aspirando sonhos malditos
Entre pensamentos errantes e algumas poucas almas de verdade...

Olhar, olhares
Visgo precioso escorrendo em desertos
Transeunte inglório
Reverberando inquietações de um e todos...
As verdades que nos esforçamos para ocultar...
Então... hoje pela manhã...
Diante do espelho do banheiro eu olhei meus olhos...
E eu gostei deles.

Luís Fabiano.


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